Propósito claro para um novo contexto

Marcas são feitas por pessoas e para pessoas. Para o universo da Educação, ter a compreensão dessa sentença nunca foi tão importante. O contexto desta área mudou rapidamente ao longo da última década e em 2020 foi profundamente impactado pelo Covid-19. O futuro indica um cenário muito mais competitivo e profissionalizado. A visão de negócio veio para ficar.

Em um mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo – que muitos resumem pela sigla VUCA – ocorrências globais como esta pandemia que assolou o mundo em 2020 reafirmam que, para as marcas, ter um propósito verdadeiro é a única forma de sobreviver, mantendo-o relevante para seus públicos e criando as condições necessárias para ser adaptável aos desafios futuros.

Observemos alguns dados sobre a pesquisa A situação dos professores no Brasil durante

a pandemia, realizada pela Nova Escola em maio de 2020. Quase um terço dos professores entrevistados classificou o ensino remoto como ruim ou péssimo. Além disso, eis os principais desafios apontados: Adaptação ao formato, crescimento da demanda de atendimento individual às famílias e falta de capacitação, de infraestrutura e de contato direto com os alunos.

Muitas escolas precisaram em tempo recorde ajustar ou mesmo contratar plataforma para Ensino Remoto, provocando ações reativas e desestruturadas. Agora, ao planejar o ano letivo de 2021, é importante refletir sobre como as atividades de ensino estão sendo pensadas para esse novo ambiente. São apenas uma mimese do mundo real no virtual? Há um olhar atento para os diferentes perfis de criança, criando atividades customizadas e garantido a proficiência de aprendizagem?

Com o aumento na comunicação entre a escola, os docentes e as famílias, mais do que nunca é preciso estabelecer uma relação de confiança e transparência constante. Os pais vão demandar informações que vão além de uma simples performance no ensino. Protocolos de higiene e segurança mental e física das crianças ganham ainda mais importância.

A adaptação de professores e alunos aos formatos foi feita em muitos casos de forma abrupta, sem treinamentos apropriados e com ferramentas sendo oferecidas ao longo do ano, de forma empírica, recorrendo a cases de sucesso em outras instituições. Cuidar do desenvolvimento pessoal e profissional da equipe é comumente uma atividade relegada a segundo plano, o que leva a um índice maior de estresse e pode gerar licenças médicas, sobrecarregando outros profissionais e provocando uma reação em cadeia na escola.

Por isso, é fundamental retornar sempre à essência da instituição, entendendo que valores movem diariamente a equipe pedagógica e de gestão. Há uma cultura de marca sólida e compartilhada por todos? Só assim, com as bases internas bem estruturadas, pode-se olhar para os serviços e produtos oferecidos de forma mais clara e eficiente. Afinal, escolas e cursos não são simples mercadorias que podem ser trocadas com rapidez em um ponto de venda. Investe-se muito para garantir uma educação de qualidade, por isso a cobrança tende a ser proporcional.

Em suma: é fundamental ter um propósito, que sirva como um norte claro para todos da instituição. Olhar para seu projeto pedagógico e sua visão de mundo e vê-los desdobrados em todas as ações de comunicação de forma consistente e proprietária, bem como contribuindo para a manutenção de um time engajado e alinhado. Assim, com a participação de todos, nascerão produtos e serviços coerentes e de excelência única. Marca alavancando negócio, marca impactando verdadeiramente pais e alunos.